População negra é maioria no Brasil, mas minoria em cargos de poder

A data 20 de novembro, marcada como o Dia da Consciência Negra, é um convite para reflexão acerca da luta por igualdade e garantia de direitos da população negra no Brasil. Com ideais que também influenciaram o movimento sindical, as pessoas negras estão desde o período imperial no embate de melhores condições de trabalho e ainda são minoria em cargos de poder.

O período escravocrata moldou as bases socioeconômicas do Brasil e a partir de 1888, com a abolição da escravatura, surgiram novas relações de trabalho. Ainda que não se configurassem como sindicatos nos moldes atuais, grupos chamados Irmandades foram os antecessores e influenciadores ao desenvolvimento de organizações sindicais. Formados por pessoas negras de mesma categoria profissional, étnica ou religiosa, eram grupos de assistência mútua com o objetivo de mobilização social e consciência coletiva.

Atualmente, mais da metade da população brasileira se autodeclara negra. No entanto, isso não se reflete na ocupação de cargos de poder no mercado de trabalho. Segundo dados apurados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - Dieese, em 2024 apenas 33% dos cargos de gerência e direção eram de lideranças negras no Brasil; esse número cai para 15% na região Sul.      

Sancionada em dezembro de 2023, a Lei nº 14.759/2023 instituiu o dia 20 de novembro como feriado nacional em alusão a Consciência Negra. O dia se refere a data de morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares, em 1695. Que a data nos inspire à reflexão e à continuidade da luta por direitos, justiça social e equidade

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