No Brasil, as mulheres continuam enfrentando desafios profundos no mercado de trabalho, mesmo em um contexto de crescimento econômico, com um aumento de 3,5% no PIB e a criação de 1,7 milhão de empregos formais. Apesar desses resultados positivos, as desigualdades de gênero persistem com força. As mulheres enfrentam taxas de desemprego mais altas que os homens, recebem salários mais baixos e ainda são as principais responsáveis pelas tarefas domésticas e os cuidados de outras pessoas.

De acordo com o DIEESE, em 2024, as mulheres ganharam R$ 762 a menos que os homens, em média. Em termos percentuais, cerca de 22% menos que eles. Entre as pessoas com ensino superior, a diferença de remuneração entre homens e mulheres foi de R$ 2.899. Nos cargos de diretoria e gerência, a diferença de remuneração entre homens e mulheres foi de R$ 3.328, o que equivale a cerca de R$ 40 mil, em um ano.

Desde 2022, as mulheres passaram a ser responsáveis por 52% dos lares brasileiros, com um dado alarmante: em lares monoparentais, onde apenas um adulto vive com os filhos, as mulheres assumem 92% da chefia. Uma das principais consequências dessas desigualdades é a multiplicidade de jornadas, que impede que as mulheres acessem oportunidades de avanço profissional.

É urgente que o Brasil adote iniciativas públicas e privadas mais robustas para combater essas desigualdades. A criação de políticas que incentivem a divisão equilibrada das tarefas domésticas e familiares, como a licença-paternidade ampliada e a criação de redes de apoio aos cuidados com crianças e idosos, pode aliviar a carga sobre as mulheres. Além disso, políticas de equidade salarial, combate à discriminação de gênero e maior incentivo à participação feminina em cargos de liderança e tecnologia são fundamentais para uma transformação real no mercado de trabalho.

Este 8 de março, Dia Internacional da Mulher, celebra conquistas históricas e convoca a sociedade, como um todo, para que a luta seja ampliada. Que esta data seja um chamado à ação para construirmos uma sociedade mais justa e igualitária para todas. Contem conosco! 

 SECOCRS