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Rais mostra maior qualificação no mercado de trabalho

25 de Agosto de 2014 / Geral
Os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), principal retrato do emprego formal no país, confirmaram mudanças que estão ocorrendo no mercado formal. O trabalhador está mais qualificado, a participação dos jovens e de quem está na faculdade foi a que menos cresceu e o setor publico contratou com força, ajudando a reduzir o desemprego.
 
Em 2013, do total de 1,489 milhão de novas vagas abertas no mercado de trabalho (crescimento de 3,14% em relação ao ano anterior), 40% foram ocupadas por trabalhadores com curso superior completo, o que equivale a 600 mil novos trabalhadores com essa qualificação. Por outro lado, foram fechados 261 mil empregos para profissionais com escolaridade inferior ao ensino médio incompleto e 22 mil vagas também deixaram de ser ocupadas para profissionais com ensino superior incompleto.
 
A participação de 40% das novas vagas para profissionais com nível universitário aponta uma transformação no mercado de trabalho, porque no estoque de trabalhadores, até 2012, esse grupo representava pouco menos de 18% do total.
 
A queda nas vagas ocupadas por profissionais com ensino superior incompleto pode estar relacionada à menor participação dos jovens de 18 a 24 anos no mercado de trabalho (16,5% em 2012, para 16,1% em 2013, quando cresceu apenas 1%, bem abaixo do crescimento médio de 3% no total).
 
Também cresceu bem abaixo da média o total de novas vagas ocupadas por jovens de 25 a 29 anos. Esse grupo absorveu 4,7% das vagas, bem abaixo do peso dessa faixa etária no estoque de emprego formal do país, que é de 16,2%.
 
Uma terceira característica - e que "combina" com as demais mudanças confirmadas pela Rais - é a expressiva participação do setor público na criação de empregos em 2013. Do total de 1,4 milhão de novas vagas, 27% foram abertas na administração pública, uma participação bastante superior ao peso desse setor do total do emprego formal do país, que é de 19%.
 
Regionalmente, o governo federal explica parcela expressiva desse movimento, pois o estoque de empregos na administração pública no Distrito Federal aumentou 16,7% em 2013, o equivalente a 71,4 mil novas vagas - o estoque de empregados no setor no DF passou de 426,8 mil pessoas em 2012, para 498,2 mil pessoas em 2013.
 
Os postos de trabalhos ocupados pela mulheres aumentaram 3,91% em 2013 na comparação com o fechamento de 2012, enquanto o dos homens cresceram 2,57%. O crescimento na remuneração média foi maior para as mulheres, 3,34%, na comparação com o aumento entre os homens (3,18%). Mas as brasileiras ganhavam R$ 2.018,48, em média, em 2013, menos que os R$ 2.375,58 recebidos pelos homens.
 
No detalhamento por raça, o maior aumento no nível de emprego foi entre os trabalhadores classificados como pardos (5,42%), seguido pelos pretos/negros (2,66%). A expansão para os trabalhadores brancos foi de 0,25%. O rendimento médio dos pretos/negros registrou ganho real de 4,55%, dos pardos 3,86% e dos brancos 3,76%. O salário médio dos pretos/negros, porém, correspondia a 70,12% do registrado pelos brancos em 2013.
 
Fonte: Denise Neumann e Lorenna Rodrigues - Valor Econômico
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