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Taxa do rotativo do cartão de crédito cai para 221,4% ao ano em agosto

27 de Setembro de 2017 / Economia

A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito para quem paga o valor mínimo da fatura em dia continuou a cair, em agosto. A taxa chegou a 221,4% ao ano no mês passado, com redução de 2,4 pontos percentuais em relação a julho, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Banco Central (BC), em Brasília.

Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura subiu 2,1 pontos indo para 506,1% ao ano, em agosto. Com isso, a taxa média da modalidade de crédito ficou em 397,4% ao ano, com queda de 1,6 ponto percentual em relação a julho.

O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Desde abril, os consumidores que não conseguem pagar integralmente a fatura do cartão de crédito só podem ficar no crédito rotativo por 30 dias.

A nova regra, fixada em janeiro pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), obrigou as instituições financeiras a transferirem a dívida para o crédito parcelado, que tem taxas menores. A taxa do crédito parcelado subiu 1,3 ponto percentual para 161% ao ano, em agosto.

Avaliação das mudanças

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, avaliou que a medida de restrição do tempo de permanência no rotativo foi efetiva, porque os juros caíram quase pela metade, de março, quando estava em 431,1% ao ano, para 221,4% ao ano, no mês passado.

“A medida nos parece bem-sucedida, alcançando seus objetivos. Mas ainda há questões relacionadas com taxas de juros muito elevadas [do rotativo não regular] e um saldo que permanece lá”, disse.

O saldo do rotativo não regular do cartão continua maior que o daqueles que pagam pelo menos o mínimo da fatura (regular). Em março, o saldo do crédito regular era de R$ 16,815 bilhões e chegou a R$ 12,891 bilhões, em agosto. No caso do não regular, o saldo foi de R$ 21,898 bilhões em março, subiu para R$ 23,138 bilhões em abril e ficou em R$ 20,666 bilhões. No caso do crédito parcelado, com taxas mais altas em relação a outras modalidades de crédito, saiu de R$ 11,272 bilhões, em março, para R$ 16,383 bilhões, em agosto.

Para Rocha, é preciso ampliar a educação financeira da população. “Tem pessoas que não estão, de fato, conseguindo pagar as suas dívidas. Os juros que incidem sobre isso vão tornar cada vez mais difícil que o façam”, disse. Rocha acrescentou há pessoas que não pagam a fatura do cartão porque perderam renda ou emprego ou não planejaram as despesas adequadamente.

Cheque especial

A taxa de juros do cheque especial ficou em 317,3% ao ano em agosto, com redução de 4 pontos percentuais em relação a julho.

A taxa média de juros para as famílias caiu 1,5 ponto percentual para 62,3% ao ano, no mês passado. No caso das empresas, a taxa foi reduzida em 0,9 ponto percentual para 24,4% ao ano.

A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, ficou em 5,6%, com redução de 0,1 ponto percentual em relação a julho. No caso das pessoas jurídicas, a inadimplência permaneceu em 5,5%. Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar dinheiro captado no mercado.

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) os juros para as pessoas físicas caíram 0,5 ponto percentual indo para 8,5% ao ano. A taxa cobrada das empresas subiu 0,6 ponto percentual para 12,2% ao ano. A inadimplência permaneceu em 2,1% para as famílias e em 1,5%, no caso das empresas.

O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos ficou em R$ 3,046 trilhões, com redução 0,1%, no mês. Em 12 meses, houve retração de 2,2%. Em relação a tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) – o volume correspondeu a 47,1%, com redução de 0,1 ponto percentual em relação a julho.

Fonte: Agência Brasil

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