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Sul-africanos e o mundo se despedem de Nelson Mandela
10 de Dezembro de 2013 / Geral
Dezenas de milhares de sul-africanos de todas as raças e vários chefes de Estado e de Governo se despedem nesta terça-feira, em uma cerimônia com cantos e dança, de Nelson Mandela, o homem que venceu o apartheid com uma mensagem de reconciliação.
O tributo reunirá o maior número de chefes de Estado da história. O recorde atual foi registrado no funeral do papa João Paulo II, em 2005, com a presença das autoridades máximas de 70 países. De acordo com o governo da África do Sul, mais de 90 chefes de Estado confirmaram presença e o número ainda não foi fechado.
Em um dia de chuva, a cerimônia no estádio de Soweto começou com o hino nacional, "Nkosi sikelel' iAfrika" ("Que Deus abençoe a África"), que foi cantado com orgulho em homenagem ao ex-presidente e prêmio Nobel da Paz, falecido na quinta-feira passada aos 95 anos.
"Na tradição africana, quando chove isto significa que os deuses estão te recebendo e que as portas do céu provavelmente também estão se abrindo", afirmou o secretário-geral do Congresso Nacional Africano (ANC, partido de Mandela), Cyril Ramaphosa.
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, está entre as autoridades estrangeiras que discursaram na cerimônia, assim como o presidente americano Barack Obama e o cubano Raúl Castro. Os outros oradores estrangeiros serão o vice-presidente chinês Li Yuanchao, o presidente indiano Pranab Mukherjee e Hifikpunye Pohamba, da Namíbia. Quatro netos de Mandela - Mbuso, Andile, Zozuko Dlamini e Phumla - também devem discursar na cerimônia.
Dezenas de milhares de pessoas caminharam durante a madrugada para o estádio Soccer City, no qual Mandela fez a última grande aparição pública em 11 de julho de 2010, antes da final da Copa do Mundo de futebol entre Espanha e Holanda.
A celebração abre cinco dias de homenagens antes do enterro, no próximo domingo em Qunu, localidade onde Mandela passou uma infância feliz e que abandonou após a morte do pai. Simultaneamente aos atos de terça-feira foi celebrada uma pequena homenagem na prisão de Robben Island, onde Mandela passou 27 anos detido antes de ser liberado em 1990, para ser eleito presidente em 1994 e guiar a África do Sul a uma transição pacífica do regime racista do apartheid à democracia multirracial.
Fonte: Correio do Povo