BOLETIM INFORMATIVO
8 de março de 2021
Dia Internacional da Mulher: Até quando precisaremos lutar?
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A pandemia é a mesma para todos? Todos foram afetados pela crise da Covid-19, isso não há dúvidas, mas as mulheres foram as mais impactadas. Neste sentido, ela acentua as diferenças que já existiam na sociedade.

Nas categorias em que o trabalho home office foi possível de ser desenvolvido, as mulheres vivem o acúmulo de funções. Foram somadas à carga horária de suas atividades em meio virtual, a maior parte do trabalho doméstico, as atividades escolares dos filhos e os cuidados com parentes idosos que estão isolados.

Segundo uma pesquisa do Datafolha, divulgada em agosto de 2020, 57% das mulheres que passaram a trabalhar remotamente acumularam a maior parte dos cuidados domésticos. Entre homens, o percentual foi de 21%.

A participação das mulheres no mercado de trabalho é a menor em 30 anos. A segregação ocupacional ficou ainda mais latente visto que as atividades que geralmente são ocupadas por mulheres foram as mais afetadas na pandemia, como os serviços domésticos, o comércio e os serviços. De acordo com dados do IPEA, ao comparar o terceiro trimestre de 2020 com o mesmo período de 2019, a queda na parcela de mulheres que estavam no mercado de trabalho foi de 7,5 pontos percentuais (de 53,3% para 45,8%). O retrocesso foi menor entre os homens, de 6,1 pontos percentuais (de 71,8% para 65,7%).

Muitas perderam seus postos de trabalho com a crise e outras tiveram que sair de seus empregos para cuidar de filhos e familiares.

A violência de gênero e casos de feminicídio também se agravou. Um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) 2020 apurou que no primeiro quadrimestre de 2020 comparado com o mesmo período de 2019, o Rio Grande do Sul teve um acréscimo de 70% nos casos de feminicídio.

Duplas e triplas jornadas e a violência doméstica são produtos históricos da cultura na qual nos encontramos, dominada pelo machismo estrutural.  O que percebemos é a repetição de uma condição histórica, num contexto atípico, o que exacerba ainda mais as desigualdades de gênero, raça e classe social.  

Até quando precisaremos lutar? A resposta desta pergunta dependerá de uma mudança social profunda. Todos temos responsabilidade na construção de um mundo mais justo e plural, o que passa por uma exercício contínuo de reflexões e práticas em todos os ambientes que participamos, familiar, corporativo, social, comunitário. 

O Sindicato dos Empregados de Cooperativas de Crédito (Secoc-RS) possui sua base constituída em sua maioria por mulheres. No dia a dia da entidade acompanhamos os grandes desafios das trabalhadoras para ocupar os seus espaços de direito.

O Dia Internacional da Mulher é uma data simbólica de luta por direitos e melhores condições de vida. Nos solidarizamos a todas as trabalhadoras pelas adversidades impostas neste momento de profunda dor que atravessamos, e ratificamos nosso papel no combate às injustiças, na defesa de direitos e na busca por conquistas para todas. O sindicato está ao seu lado. Conte conosco!

 

Everton de Brito

Presidente do Secoc-RS

 

 

 




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