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Ex-catador de latinhas brasileiro leva luz a escola da África
17 de Janeiro de 2020 / Boas Notícias
Reprodução Facebook
O ex-catador de latinhas e professor Ciswal Santos, de Juazeiro do Norte, no Ceará, levou para a África um projeto que desenvolveu para geração de energia elétrica sustentável no nordeste do Brasil – que infelizmente não foi implementado por aqui.
“O meu projeto não gera dinheiro para ricos, favorece a população. Não é corrupto. Não é comercial, por isso não fui aceito [no Brasil]. Aqui [na África] foi abraçado e recebi muitos convites”, afirmou Ciswal ao Diário do Nordeste.
Ele fica até o dia 20 de janeiro em Moçambique, onde leva iluminação à escola de uma aldeia. “Vai poder funcionar dia e noite”, garante o professor. “O chefe da Aldeia Muzumuia adorou o projeto. Na verdade ele pirou com os benefícios em ter água, luz e internet de graça. Agora, mãos à obra. Luz para África, teremos sim”, escreveu Ciswal na página dele no Facebook.
O projeto do professor, inicialmente voltado para famílias do semiárido nordestino, usa placas solares para captação de água, a partir de poços artesianos, e acesso à internet via satélite.
Além de Moçambique, outros países africanos como Zimbábue, Congo e Madagascar se interessaram pela iniciativa do brasileiro.
História
O professor Ciswal Santos, de 31 anos, ficou conhecido após ser aprovado para estudar na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em 2018. O convite para implantar o projeto na África surgiu ano passado, depois que o professor foi nomeado embaixador de Direitos Humanos da Noble Order for Human Excellence (NOHE). A entidade, presente em 17 países, é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Ex-catador de latinha
Nascido em Palmares (PE), Ciswal se mudou para Juazeiro do Norte na adolescência, quando seu pai, também professor, foi transferido para a cidade de Serra Talhada (PE). Devota do Padre Cícero, a família optou por ficar na terra do sacerdote.
Após a separação dos pais, o jovem passou a ajudar a sustentar a casa. A mãe de Ciswal, que ganhava R$ 15 por faxina e ele resolveu trabalhar entregando compras de feiras de bicicleta.
Quando entrou na faculdade, antes de completar os 16 anos, o professor teve que buscar no lixo a solução para seu sonho de continuar estudando: catava latinhas para reciclagem. Com o pouco dinheiro que conseguia, ele pagava xerox, apostila, livros e impressões.
Toda essa dificuldade gerou solidariedade e empatia no coração de Ciswal. “Eu tive dificuldade para estudar. O pessoal sabe disso. Eu superei e é através da educação que estou onde estou. Decidi que, enquanto vida tiver, enquanto Deus me der inteligência, duas pernas, dois braços e uma cabeça para pensar, eu vou resolver os problemas dessas pessoas. Não vou querer ganhar dinheiro com isso. Quero minhas ideias para ser canal de solidariedade, canal de oportunidade para estas pessoas”, afirmou o professor.
Fonte: Site Só notícia boa