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Cuidados domésticos exigem da mulher 21 horas 'extras' semanais

07 de Dezembro de 2017 / Geral

São Paulo – O tempo dedicado a cuidados de pessoas e afazeres domésticos foi em média de 16,7 horas por semana em 2016, mas no caso das mulheres chega a quase 21 horas (20,9), praticamente uma meia jornada adicional em relação às 44 horas semanais legais. No caso dos homens, a média é bem menor, de 11,1 horas a mais. Os dados, divulgados hoje (7), são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.

Os ocupados gastam 14,1 horas semanais nessas atividades, em média, enquanto os não ocupados dedicam 19,9 horas. Entre as mulheres cônjuges, 95,6% realizaram afazeres domésticos em 2016. Como definição de "cuidados de pessoas", o IBGE lista alimentar, dar banho, levar à escola e brincar, entre outras tarefas. No ano passado, 135,5 milhões de pessoas (81,3% de população) de 14 anos ou mais realizaram afazeres domésticos em seu próprio domicílio ou de um parente: 89,8% no caso das mulheres e 71,9% dos homens.

Considerados o tempo dedicado ao emprego mais as atividades domésticas, a diferença é de praticamente 3 horas a mais (2,9) para as mulheres. Aquelas que são empregadas gastam, em média, 54,4 horas semanais, período que inclui o trabalho formal, afazeres domésticos e cuidado com pessoas. Os homens, com período maior no trabalho formal, têm jornada semanal total de 51,5 horas.

Os serviços mostram a continuação da discrepância entre a atividade masculina e feminina. Segundo o IBGE, a tarefa "preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar louça" é feita por 95,7% das mulheres e executada por apenas 58,5% dos homens. Já a tarefa "cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos" é realizada por 90,8% das mulheres e 55,7% dos homens.

"Em todas as categorias de cor ou raça, as mulheres realizam mais afazeres domésticos e cuidados de pessoas do que os homens", diz o instituto, que também registra diferença entre brancas (89,1% realizaram essas atividades), pretas (90,9%) e pardas (90,3%).

Ainda segundo a pesquisa, no ano passado 10,5 milhões de pessoas (6,3% da população a partir de 14 anos) fizeram algum tipo de trabalho na produção de bens para o próprio consumo, como cultivo, pesca, caça e criação de animais. E 6,5 milhões (3,9%) fizeram trabalho voluntário.

Fonte: RBA

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