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Preço do gás de cozinha nas refinarias da Petrobrás acumula alta de 84% no ano
06 de Dezembro de 2017 / Economia
O botijão de gás ficou 84,31% mais caro nas refinarias da Petrobras neste ano. A empresa anunciou nesta segunda-feira, 4, novo aumento a partir desta terça-feira, 5, de 8,9%, o oitavo em 2017.
O motivo, segundo a estatal, foi o mesmo de meses anteriores. "O reajuste foi causado principalmente pela alta das cotações do produto nos mercados internacionais", como informou em nota.
A elevação, no entanto, não foi sentida da mesma forma pelo consumidor. Indicador de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV) captou alta de 12,2% até novembro, segundo o pesquisador André Braz.
Esse porcentual de aumento de preço para o consumidor não inclui o reajuste válido a partir desta segunda-feira, que só aparecerá nas pesquisas de dezembro, divulgadas em janeiro.
De qualquer forma, assim como nos outros meses, o esperado é que, também neste, o aumento na ponta não tenha a mesma intensidade. "A concorrência não deixa o reajuste chegar com essa potência para a população", avalia o economista da FGV.
Desde que passou a alinhar os seus preços nas refinarias aos do mercado internacional, em junho, a Petrobras reviu oito vezes o valor do botijão de gás - o gás liquefeito de petróleo (GLP) vendido na embalagem de 13 kg.
Em apenas uma delas baixou o preço, em julho (-4,5%). Em média, manteve a regra de um reajuste por mês, com exceção de setembro, quando os preços foram revistos duas vezes (12,2% e 6,9%).
Levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) demonstra que o consumidor do Estado de São Paulo pagou, em média, R$ 63 pelo botijão de gás na última semana, de 26 de novembro a 2 de dezembro.
No Rio de Janeiro, foi vendido a R$ 69. Isso significa que, ao longo do ano, o consumidor dos dois Estados pagou, em média, R$ 10 a mais do que pagava em janeiro pelo mesmo produto.
"Os reajustes, infelizmente, estão sendo para cima. A Petrobras importa uma parcela importante de GLP, não tem como conter os preços", disse o presidente do Sindigás, que representa as empresas distribuidoras do derivado de petróleo, Sérgio Bandeira de Mello. Ele critica, no entanto, os reajustes nos preços do produto para fins comercial e industrial.
Pelas contas da entidade, o preço do botijão, para consumo residencial, está alinhado com o mercado internacional. Porém, o gás vendido para os dois outros segmentos está 42% mais caro do que no exterior.
"A sensação é de que indústria e comércio pagam para a Petrobras segurar os preços residenciais. E subsidiar o consumo residencial não é o papel da Petrobras", complementou Mello.
O diretor do Centro Brasileiro de InfraEstrutura (CBIE) Adriano Pires afirma também que não cabe à estatal administrar preços. "Não é só baixa renda que compra o botijão de 13 kg. Quem não tem gás encanado compra também, tanto a classe média como a alta. O subsídio acaba indo para todos", disse.
Fonte: Estadão