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Bancos dificultam renegociação de dívidas dos consumidores, diz Idec

06 de Fevereiro de 2017 / Economia

São Paulo – Segundo estudo do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), 60,8% dos consumidores não conseguem renegociar dívidas com os bancos, o que amplia a inadimplência. Os principais motivos para o insucesso na renegociação são a terceirização do débito para outra empresa, ter um pedido de novo prazo para o pagamento negado e intransigência do banco na renegociação de dívidas que ainda não apontam inadimplência.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, hoje (3), a economista do Idec Ione Amorim afirma que a falta de flexibilização no débito a ser pago pelo consumidor ao banco é dos principais motivo para a inadimplência. "Os bancos normalmente já apresentam uma proposta para o consumidor aceita-la. Muitas vezes, essa proposta não é compatível com a renda do consumidor. Então, a pessoa entra na renegociação por imposição do banco e depois volta para a situação de inadimplência."

O estudo mostra que 29,1% dos consumidores não conseguiram fazer a renegociação pelo fato de o débito ser transferido para agências especializadas em cobrança, em que a negociação é mais complicada. "Os bancos ficam com as dívidas por 180 dias, depois passam o débito para escritórios especializados. Nesse caso de renegociação, as empresas são mais duras e as dívidas são atualizadas com juros maiores, o que impede uma renegociação."

A economista também explica que, apesar dos débitos pendentes do consumidor, os bancos continuam oferecendo crédito bancário de forma inconsequente. "A oferta de crédito é feita de maneira banalizada, sendo uma das responsáveis por levar o consumidor chegar ao endividamento, porque é oferecido sempre mais crédito ao consumidor para ele sair da dívida. Então, é um círculo vicioso, com juros sobre juros."

Fonte: RBA

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