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Crédito imobiliário muda de perfil, e FGTS financia 3 de cada 4 imóveis

28 de Julho de 2016 / Geral

 

Os financiamentos imobiliários concedidos com recursos da poupança (com maior penetração na classe média) somaram R$ 22,6 bilhões no primeiro semestre, 49,5% menor que no mesmo período do ano passado, segundo dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

Já o crédito com recursos do FGTS, voltados para habitação popular, está no patamar mais alto da história. Entre janeiro e junho, os financiamentos na categoria totalizaram R$ 27,6 bilhões, aumento de 1,3% em relação ao primeiro semestre de 2015.

A diferença se reflete no perfil dos imóveis. O financiamento via poupança, no sistema SBPE, é comum entre a classe média porque opera em uma faixa de valor mais alta de imóveis, enquanto no FGTS o limite de valor da habitação é de R$ 225 mil.

Em 2014, 54% dos imóveis foram financiados via poupança. A proporção se inverteu em 2015 e, no primeiro semestre desse ano, chegou a 77,3% (FGTS) e 22,7% (poupança). "Apesar da crise, a boa notícia é que o mercado está mudando seu mix", diz Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Abecip.

A retração no SBPE é resultado da demanda em baixa por imóveis nessa faixa e da fuga da poupança, cuja rentabilidade no semestre ficou em 4% —menor do que outros investimentos, como o CDI, que rendeu 6,72%.

Entre janeiro e junho, a caderneta acumulou perdas de R$ 34,7 bilhões. O saldo atual é 2,1% menor do que o de junho do ano passado.

"A lógica desse sistema de depósito na caderneta se esgotou e não deve se revigorar no médio prazo. O uso da poupança para financiamento deve ser substituído por outros instrumentos", diz o professor da USP João Rocha da Lima Júnior, especialista em mercado imobiliário.

MELHORA

A Abecip avalia que o mercado está se recuperando e que as taxas de juros de longo prazo devem cair.

Em junho, houve aumento de 9,5% dos financiamentos com recursos da poupança em relação a maio. A projeção é que 2016 termine com uma retração de 34% no crédito, que deve totalizar R$ 50 bilhões, mas que a curva se inverta no final do ano.

Os lançamentos imobiliários também apresentaram melhora, com 21.406 novas unidades entre janeiro e maio —alta de 24,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias).

As vendas, porém, continuam em queda. No acumulado até maio, 39.472 unidades foram vendidas, retração de 14,7% em comparação com o mesmo período de 2015.

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QUEM SÃO OS PRINCIPAIS TOMADORES DE RECURSOS

FGTS
> Financiamento:
De R$ 90 mil a R$ 225 mil (a depender da localização do imóvel)

> Público:
Renda familiar mensal bruta de até R$ 6.500

POUPANÇA
> Financiamento:
65% dos recursos vão para imóveis de até R$ 750 mil*
15% dos recursos vão para imóveis acima de R$ 750 mil

> Público:
Parcela do financiamento não é superior a 25% da renda do tomador

Fonte: UOL

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